Bruna Cypriano e seu filho Nicolas Cypriano de 9 meses
Por Helena Moraes e Rute de Souza
O segundo domingo do mês de maio é dedicado à celebração da figura materna, esta que representa amor, cuidado e força. Mas, para além dos aspectos positivos relacionados à maternidade, ser mãe requer resiliência diante dos desafios diários, especialmente quando se trata de conciliar os estudos com a criação dos filhos. A jornada dupla, às vezes tripla, é realidade de 83% das mães brasileiras, como a da Bruna, da Mikelly e da Wênnia.
“Estou conseguindo conciliar bem os estudos com a maternidade, mas tudo isso devido à ajuda da minha mãe” – Bruna, mãe do Nicolas
Ter uma rede de apoio é fundamental para dar conta da rotina corrida de mãe universitária, e a estudante de Enfermagem da UFRN, Bruna Cypriano, mãe do Nicolas, 9 meses, sabe a importância desse suporte no dia a dia. “Engravidei no quarto período da graduação, interrompi os estudos por um tempo, mas meus pais querem muito que eu me forme, que eu tenha uma vida acadêmica excepcional, então eles vão 100% me apoiar em tudo”, conta a discente.
Mikelly Cortez e sua filha Saphir de 4 anos
Além do auxílio fundamental da família, a assistência acadêmica às mães estudantes é de suma importância para garantir a permanência e o sucesso no ensino superior, mas, infelizmente, é algo que a Mikelly Cortez sente falta. Graduanda em letras espanhol na UFRN e mãe de Saphir, a discente já precisou levar a filha pra Universidade mas se sentiu frustrada pela ausência de estrutura. “Se você tiver a necessidade de levar seus filhos pra aula eles vão ter que ficar na sala com você. Não tem um espaço onde tenha uma cuidadora, uma recriadora, que eu acho que faria muita diferença na vida de uma mãe universitária”, diz Mikelly.
“Ser mãe jovem da Universidade me fez repensar diversos caminhos, apareço nos eventos que consigo mas tenho minhas responsabilidades com meu filho” – Wênnia, mãe de Caetano
Wênnia Thayane e seu filho Caetano Remi
Já a Wênnia Thayane engravidou no ano de conclusão do ensino médio, aos 19 anos, e realizou o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) com 5 meses de gestação. Em seu depoimento ela conta que “o ser mãe já pesou como escolha do curso” e acabou decidindo cursar pedagogia por afinidade, mas também por pensar no mercado de trabalho abrangente e na necessidade de renda para arcar com as despesas da maternidade. Um dos impactos também mencionados pela graduanda foi a “culpa materna” por não estar presente o dia inteiro, se preocupando em passar um tempo de qualidade com seu filho, pois com a rotina cansativa, ela chega em casa somente no período noturno, enfatizando a pressão que, principalmente as mães sentem, de estar perto da perfeição.
Em meio a rotinas exaustivas e sobrecarga de responsabilidades, as três jovens demonstram resiliência e determinação ao equilibrar os estudos com a maternidade. Elas se destacam por possuir uma rede de apoio que, não apenas a auxiliam, como também são imprescindíveis para o desenvolvimento de suas trajetórias acadêmicas. Bruna, Mikelly e Wênnia são a personificação da força e a esperança de quem, mesmo diante das adversidades, mantém viva a fé na vida.