Por Amanda Lopes Holanda/Fotojornalismo
A fiação urbana e a poluição visual em Natal, RN, visível desde áreas menos circuladas e com menor atenção governamental, até locais mais financeiramente influentes, é considerável e incômoda. Essa poluição visual é expressivamente presente em bairros, onde não há maior cuidado com o aspecto estético por parte dos responsáveis (como as empresas distribuidoras desses equipamentos), mas inclusive presente em áreas mais economicamente influentes e ativas – portanto com grande circulação de pessoas, como shoppings, centros comerciais e outros – onde é possível perceber a desordem causada pelo excesso de fios e cabos nos postes.
Isso se prova um problema ainda maior se considerada a segurança das pessoas que transitam essas vias (pedestres, motoristas e passageiros), os quais podem estar sujeitos a sinistros graves. Um levantamento foi realizado pelas informações obtidas na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) entre 2009 e agosto de 2024, e exposto pela Revista O Globo, indicando que ocorreram mais de 36 mil incidentes envolvendo cabos energizados e choques. Esse número é bastante expressivo e deve ser considerado no levantamento das vantagens da fiação aérea.
Ano passado (2023) foi realizada uma ação pela Cosern para remoção de equipamentos anteriormente instalados em postes. A matéria produzida pela empresa afirma que mais de 1 tonelada de cabos irregulares foi removida em Areia Preta e na Praia dos Artistas nesse ordenamento, mas a cidade está distante do cenário ideal quando se refere a limpeza nas vias urbanas do excesso de fios. Isso inclui cabos sem utilidade, os quais não são apropriadamente descartados pelas empresas de televisão e internet, e, portanto, acumulados nos postes, estão propensos a se soltarem – assim, caso ainda carregados, causarem acidentes.
Diante de tudo isso, foi proposto um Projeto de Lei, n°288/23, com o intuito de regularizar o controle e devida remoção dos cabos excedentes e sem utilidade nas vias aéreas. Essa responsabilidade recai, então, sob as concessionárias de televisão, internet e emissoras, as quais estão sujeitas a multa caso não haja o devido cumprimento do regimento em espaço de tempo adequado. Essa proposta se mostra muito válida inclusive, se considerada a relevância para o espaço urbano esteticamente falando.
Além do perigo à segurança pública de modo geral, outros aspectos se tornam prejudicados quando se refere a fiação urbana – inclusive o turismo e condições climáticas. A importância, então, da implementação desse PL envolve a reabilitação de espaços histórico-culturais relevantes, cujas fachadas são manchadas pelo exagero de elementos que não contribuem para a arquitetura (o que influencia diretamente na propaganda e circulação de turistas) além de, por exemplo, árvores podadas e prejudicadas em função da instalação de tais equipamentos.
A situação da fiação urbana na cidade de Natal é um problema pouco comentando, mas com impactos realmente preocupantes e que devem ser trazidos à atenção. Ao olhar as ruas, é possível perceber o desconforto visual que a quantidade de fios (muitos não utilizados, apenas armazenados nos postes) causa, deixando a cidade extremamente poluída visualmente, caótica. Esses fios que passam por cima das cabeças de milhares de pessoas deveriam, supostamente, seguir um regulamento específico, mas essa supervisão é bastante precária. Portanto, a problemática foi trazida à tona, com intenção de viabilizar uma futura solução.