Por Rute Souza
A curadoria selecionou, entre 947 inscrições, 17 curta-metragem e dez longas de 11 estados do país. Os filmes foram divididos entre as mostras Panorama, Competitiva e Sessões Especiais.
Além de popularizar os filmes brasileiros, a mostra oferece, desde de sua criação em 2013, cursos de formação técnica e audiovisual para a comunidade de Gostoso. Junto a isso, surgiu o Coletivo Nós do Audiovisual, formado por jovens da cidade. O objetivo é proporcionar aos participantes conhecimento sobre roteiro, linguagem audiovisual, fotografia, produção e história do cinema.
A formação dos alunos é marcada pela montagem de curtas-metragens, com temáticas voltadas para a cultura gostosense, e participação na equipe de produção e organização da Mostra de Cinema de Gostoso.
A programação da Mostra foi aberta com o curta-documentário Nós do Audiovisual, com direção de Maisa Tavares e Clara Leal. Nele, o coletivo contou sua história a partir da perspectiva interna e da comunidade de Gostoso. O grupo também produziu a ficção Maremoto, com direção de Cristina Lima e Juliana Bezerra, em que foram abordadas questões de desigualdade de gênero e os hábitos dos moradores da cidade.
“A gente quis gravar um vídeo pra Gostoso, com a linguagem de Gostoso” disse Cristina Lima
O evento tem estrutura de alto padrão e a cada ano apresenta uma inovação que surpreende. A novidade deste ano foi a Sala Petrobras, uma tenda climatizada em formato geodésico resistente ao vento da praia. No espaço, foram exibidos os filmes da mostra Panorama e abordaram temáticas dos povos indígenas, da comunidade LGBTQIA+ e da negritude.
A estudante de Jornalismo, Sara Vitória, ficou surpresa com toda a organização e qualidade do festival. “A experiência de conhecer a mostra pela primeira vez foi espetacular e superou todas as minhas expectativas, desde os filmes que foram reproduzidos no telão até os debates com os produtores que conseguiram tirar muitas dúvidas”.
“Saudade fez morada aqui dentro”, dirigido pelo baiano Haroldo Borges, foi o primeiro longa-metragem apresentado no festival e se destacou pela atuação juvenil. O filme ganhou o prêmio de melhor longa-metragem e conta a história de um adolescente que aos poucos perde a visão e sua perspectiva de vida muda.
Sobre ele, o diretor conta que foi o primeiro trabalho de atuação da maioria dos atores e que são da comunidade do interior da Bahia. “Como a maior parte deles nunca tinham atuado, eles ficaram bem livres em relação ao roteiro e não tinha aquela hierarquia entre os personagens. No começo eles não tinham ideia de quem era o principal, quem aparecia menos”.
Mostra competitiva – vencedores
Prêmio da crítica
- Melhor curta-metragem – Edição Nordeste, por Pedro Fiuza
- Melhor longa- metragem – Saudade fez morada aqui dentro, por Haroldo Borges
Melhor longa júri popular
- O dia que te conheci, por André Novais Oliveira
Melhor curta júri popular
- As Marias, por Dannon Lacerda
Menção honrosa
- Estranho caminho, por Guto Parente