Por Samuel Domingos e Valcidney Soares
Pretendendo congregar evidências científicas para fomentar a discussão sobre a política de drogas, acontece desde segunda-feira (20) o X Ciclo de Debates Antiproibicionistas da UFRN Leilane Assunção. As conferências e mesas redondas acontecem no Instituto Ágora e seguem até sexta-feira (23).
Nesta edição, o ciclo tem como temática “Redução de Riscos e Danos – Os Direitos, a Medicina e os Entrelaços Biopsicossociais do uso de Substâncias Psicoativas” e, no primeiro dia, recebeu um convidado internacional.
Rafael Bayce é da Universidad de la Republica de Uruguay (UDLAR) e falou sobre a experiência de regulação da cannabis no Uruguai, o primeiro país a liberar pequenas plantações e o uso recreativo da planta. Uma das organizadoras do evento, Maria Teixeira Duarte reivindica a experiência de regulação no país vizinho e discorda das críticas feitas ao acesso às drogas. “É um discurso falacioso. Eu estive no Uruguai, e a coisa mais difícil é uma pessoa conseguir comprar maconha na capital”, afirma.
Segundo Anna Rodrigues, que também organiza o evento, a política de proibição atual não é efetiva para a população. “Existem evidências científicas no mundo todo que demonstram que a política proibicionista não traz benefícios para as pessoas que usam drogas, ou que realmente protege os usuários”, esclarece.
Promovido pelo Observatório de Saúde Mental, o Ciclo de Debates recebe o apoio da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (RENFA), Coletivo Antiproibicionista Cannabis Ativa (CACA) e o Coletivo Celebra-te, homenageando em seu título a professora transexual e ativista antiproibicionismo Leilane Assunção, falecida em 2018.