Por Ágatha Pessoa
Na próxima terça (15), será realizada a apresentação dos curtas metragens produzidos pelos alunos do primeiro período do curso de audiovisual da UFRN. Visando exibir as produções ao público geral, a mostra acontecerá às 19h no auditório 1 do Departamento de Comunicação da Universidade.
Organizada pela Profa. Dra. Maria Angela Pavan na disciplina de TV l, a mostra conta com quatro fotofilmes feitos pelas produtoras da turma, criadas durante as aulas. Pavan deu início ao projeto assim que começou a lecionar para aproximar seus alunos e fazê-los entender como funciona o mercado de trabalho, cooperando com pessoas desconhecidas enquanto se uniam no primeiro dia de aula para a preparação do material que é exibido durante o evento semestral.
“No Audiovisual não se faz um trabalho sozinho, não existe isso. Cada um tem um jeito de ver as coisas e esse jeitinho próprio acaba me deixando deslumbrada”, comenta a professora, contextualizando o que deu origem à proposta de atividade inusitada, realizada desde 2008.

O componente de TV I, que propõe essa produção, dura apenas um semestre e busca fazer uma apresentação do processo inicial, preparatório e executivo dos filmes, auxiliando os calouros a criar as obras da forma mais semelhante possível à que será realizada fora da faculdade. “A professora Pavan dá essa introdução muito bem. Tanto que sempre saem boas produções”, explica Igor Vinicius, monitor da matéria, ao falar sobre a dinâmica na sala de aula, com aulas separadas para cada orientação. “É uma boa introdução ao mundo do audiovisual”, conclui.
A turma foi, dividida em quatro produtoras — Andrômeda, Mormaço, Castanha e Faísca — e passou os últimos meses escrevendo roteiros, fazendo testes de elenco, preparando figurinos, maquiagens e ajustes finais. Entre os envolvidos no processo, está Hannah Helena, roteirista da Mormaço, atriz da Andrômeda e técnica em multimídias, e afirma que consegue perceber um grande trabalho coletivo, que é a essência do audiovisual. “Hoje eu olho para essas produções e pra aula de TV I como uma porta para o mercado de trabalho”, explica a discente.

Para Hannah, além dessa preparação, o esforço dedicado aos curtas também auxilia na autodescoberta no meio, em que os alunos podem testar em qual parte da produção se sentem mais confortáveis em atuar, podendo se especializar naquilo futuramente: “Quanto mais a gente produz, mais isso vai ficando claro”, esclarece após dizer que já produziu quatro outras obras semelhantes às duas em que está inserida atualmente.
Para a professora Angela, o projeto cumpre bem seu papel, juntando as pessoas e permitindo que conheçam a si mesmas e aos outros de forma mais íntima, colocando suas identidades nas obras. Ela explica que essa proposta une os alunos, que geralmente mantém as produtoras após o fim do componente, o que ela acha excelente, explicando que é bom ter um grupo que aceite produzir conteúdos que não sejam necessariamente relacionados ao mercado de trabalho, como ela mesma faz com os amigos.
O evento para apresentar os curtas de seus alunos vem de uma filosofia pessoal: o “estar junto” é algo muito importante para ela e que a motivou a propor as mostras, junto à vontade dos alunos de apresentar seus trabalhos para outras pessoas. “Não é legal a gente fazer um trabalho e não mostrar. Eu sei que hoje em dia tem milhares de formas de visibilizar uma obra, mas eu sou a pessoa que mais ama encontros. Ainda sou adepta do ‘estar junto’ e essa ideia de montar a produtora também vem disso”, fala a docente com orgulho.