Por Rute de Souza
O evento aconteceu gratuitamente na Praia de Maceió em São Miguel do Gostoso, litoral do Rio Grande do Norte. Com mais de 2 mil pessoas presentes por noite, o festival se estendeu de 22 a 26 de novembro e contou com a presença de atores, produtores e realizadores dos filmes.
O destaque da edição deste ano foi o longa-metragem carioca “Kasa Branca” de Luciano Vidigal. O filme conta a história de 3 jovens negros que vivem na periferia do Rio de Janeiro e lutam para salvar a vida da avó do protagonista que sofre de Alzheimer. Navegando por temáticas de amizade, masculinidade e vulnerabilidade social, o longa cativou o público e conquistou diversos prêmios nacionais. “O longa tenta reconstruir e trazer novas imagens das masculinidades pretas e jovens pro cenário brasileiro”, diz Bárbara Defanti, produtora de “Kasa Branca”.
Outra produção que chamou a atenção na Mostra foi o curta-documentário potiguar “Bati da Vila” dirigido por Raquel Cardozo. Ambientado na Vila de Ponta Negra, o documentário traz à tona um produto pouco conhecido pela população local: o óleo de Bati. Na comunidade existem vários grupos de cultura popular com pouca visibilidade na cidade, “Eu moro Eu acho que cada vez mais as pessoas têm que falar sobre suas histórias e registrar o que existe em seus territórios. Eu sou de Natal e encontrei a história do óleo de bati por acaso, não conhecia a fruta nem nada
A atração principal da Mostra é a sala ao ar livre onde são montadas 700 espreguiçadeiras na areia da praia. A exibição dos filmes é feita em um telão de alta qualidade que garante uma experiência única para o espectador. “Nunca tinha visto algo parecido com isso, o cinema ao ar livre e uma tela tão grande desse jeito. Geralmente os festivais são mais fechados, aqui realmente é outra vibe”, conta Diego Francisco, ator do filme exibido “Kasa Branca”
Mesas de conversas são realizadas todos os dias na Pousada dos Ponteiros, local parceiro do evento. Essa é uma maneira de aproximar o público dos profissionais do audiovisual. Além de ser um evento culturalmente enriquecedor, agrega também no conhecimento social e profissional do público, sobretudo dos estudantes de comunicação da capital, que esperam o ano todo para a Mostra de Gostoso. “É o segundo ano que eu participo da mostra, fui ano passado e me apaixonei, quero manter a tradição de ir todos os anos. O festival foi incrível e muito importante para a diversidade e expansão do cinema brasileiro”, comenta empolgada a estudante de jornalismo da UFRN, Ana Júlia Rodrigues.
Veja os vencedores da Mostra Competitiva:
- PRÊMIO MISTIKA E DOT – CURTA-METRAGEM
(Prêmio no valor total de 8.000,00 em serviços de pós-produção)
Bati da Vila (Raquel Cardozo; RN; 2024)
- PRÊMIO MISTIKA E DOT – LONGA-METRAGEM
(Prêmio no valor total de 30.000,00 em serviços de pós-produção)
Kasa Branca (Luciano Vidigal; RJ; 2024)
- PRÊMIO DO PÚBLICO – MELHOR CURTA-METRAGEM
Hoje Eu Só Volto Amanhã (Diego Lacerda; PE; 2024)
- PRÊMIO DO PÚBLICO – MELHOR LONGA-METRAGEM
Kasa Branca (Luciano Vidigal; RJ; 2024)
- PRÊMIO DA IMPRENSA – MELHOR CURTA-METRAGEM
Hoje Eu Só Volto Amanhã (Diego Lacerda; PE; 2024)
- PRÊMIO DA IMPRENSA – MELHOR LONGA-METRAGEM
Manas (Mariana Brennand; PE; 2024)
- MENÇÃO HONROSA
Raposa (Margot Leitão e João Fontenele; CE; 2024)
