Departamento de Ecologia da UFRN realiza educação ambiental na Mata dos Saguis

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Entrada da trilha da Mata dos Saguis. /Foto: Reprodução

Por Jefferson Bernardino

O projeto La. Na. Mata (Laboratório Natural Mata dos Saguis), do Departamento de Ecologia da UFRN, está promovendo visitas guiadas à Mata dos Saguis, com a finalidade de disseminar educação, conscientização ambiental e científica a estudantes e a comunidade em geral. A trilha tem um percurso de 250m e, na medida em que o visitante a percorre, os guias e monitores voluntários do projeto esclarecem dúvidas sobre a mata atlântica e o projeto. A iniciativa visa revitalizar a vegetação e restaurar as áreas de clareira.

Com coordenação da professora Dra. Adriana Carvalho, do Departamento de Ecologia, e do aluno Paulo Ivo Silva de Medeiros, mestrando em Ecologia, o projeto teve início em 2017 quando eles, juntamente com a discente Renata Lopes, o planejaram e submeteram à Pró-reitoria de Extensão da UFRN para aprovação. Antes disso, desde 2012, Paulo e os colegas realizavam mutirões de limpeza no local, com o propósito de contribuir com a sua revitalização.

As visitas podem ser agendadas gratuitamente por qualquer pessoa através do e-mail florestinha.ufrn@gmail.com . Elas acontecem de segunda a sexta-feira às 09h00 e às 14h30. Os grupos são divididos em até 5 pessoas, com idade mínima de 6 anos. Além disso, são promovidos concursos de desenho científico. Para saber mais informações, acesse https://florestinhaufrn.wixsite.com/lanamatadossaguis.

O público aprende enquanto faz o trajeto da trilha. /Foto: Reprodução

A sobrevivência da mata atlântica através da mata dos saguis

A mata dos saguis é um espaço localizado no Centro de Biociências (CB) da UFRN, que mede aproximadamente 15.500 m². É o último fragmento de mata atlântica em forma de restinga da Universidade e o nome se deve à predominância de Saguis-de-tufos-brancos.

Na década de 1970, a mata era uma continuação do Parque das Dunas. Com a construção do campus da UFRN, a maior parte da área foi devastada. O processo de extinção foi acelerado na década de 1990, quando um incêndio atingiu e queimou todo o local. Aos poucos, a partir da inciativa de professores e da direção do CB, através do “Projeto Nativas do Campus”, o espaço foi sendo revitalizado aos poucos, também se recuperando naturalmente. Apesar dos esforços, um novo incêndio, com proporções menores, aconteceu em 2011.

A mata abriga 61 espécies vegetais, sendo 30 nativas, 24 exóticas e 7 de distribuição desconhecida, além de animais como: iguanas, timbus, e pássaros (anu-preto, anu-branco, bem-te-vis e galos-de-campina). Sete espécies de répteis nativos foram encontrados no local desde 2009. O espaço é utilizado por alunos e docentes para aulas de campo e atividades práticas dos cursos de Ecologia e Ciências Biológicas.

Vale salientar que a mata atlântica foi o bioma que mais sofreu com o desmatamento ao longo da história no Brasil. Atualmente, apresenta menos de 20% de sua cobertura original, que se estendia por todo o litoral do país.

Degradação ambiental dentro do campus

O mestrando Paulo Ivo enfatiza que membros da comunidade externa, alunos e funcionários da UFRN contribuem para a degradação da flora e fauna do local: “A vegetação atualmente, conforme Plano Diretor da UFRN, é considerada uma área especial não-edificável. No entanto, não há segurança de que realizem construções na área, pois, no ano passado construíram um canal para escoamento de águas pluviais para dentro da mata e, com isso, um processo erosivo vem ocorrendo no local do canal. Por isso a grande importância do projeto em buscar o reconhecimento da Mata dos Saguis como um laboratório natural e reserva ambiental da UFRN, restringindo demasiados acessos, garantindo sua preservação e reconhecendo o local como uma área natural para a realização de atividades de ensino, pesquisa e extensão”, afirma.