Por Anderson Oliveira
No dia 21 de setembro de 2025 estive presente no Ato histórico contra a PEC da bandidagem (daremos o verdadeiro nome) e PL anistia dos golpistas. Os famigerados ditos cujos.
Eu estive em alguns outros movimentos do que consideramos esquerda neste país, como o ato que pretendia por um fim no projeto de novo ensino médio – projeto esse planejado, orquestrado e posto em vigor por outros famigerados ditos cujos que compartilham o mesmo cerne. O mesmo espírito vil. Bem, voltemos… o que eu queria mostrar ao leitor é o ponto divergente entre aquele Ato e esse. Além do fato de eu não ter mais quinze anos e tantas espinhas, no momento em que eu escrevo ao leitor, devo confessar: tive esperança! Esperança do verbo esperançar – esse orquestrado por um dito, agora famoso mestre, Paulo Freire. Grandíssimo.
Meu raciocínio não chega a uma conclusão lógica para explicar-lhes este fato. Realmente, leitor, não possuo capacidades de entender os meus sentimentos. Está é uma característica minha tão palpável, que quase ponho a mão e lhes mostro se for preciso. O que foi sentindo, no momento em que meus olhos se puseram à prova daquela multidão imensa nas ruas, gritando aos sorrisos, aos berros democráticos, foi a vontade do choro. E chorei mesmo, mais uma vez confesso ao leitor. Uma multidão aglutinada no sol de um nordeste feroz, um suor que grudava as vísceras uma na outra; e elas pulsavam por justiça! Éramos todos esperançosos no Ato de esperançar. Eu fui tão esperançado.
A pergunta que fica é: o que fazer com aqueles em que a brutalidade dominou os corações? Com aqueles em que a esperança é um verbo de ataque ao íntimo? o que faremos é o que sempre fizemos como aqueles que se preocupam com as sensibilidades. Seremos esperança em carne vermelha com sangue escorrendo pelas ruas. Carne viva mesmo. E iremos nos amotinar, bater mais e mais tambores cantando um belo samba raiz; e assim perambular pulsando esperança pelo concreto brasileiro, até que um dia todo ele se torne vermelho esperançar.