Por Emily Gabriele Silva

O coletivo potiguar Viramundo comemorou ontem, 07 de junho, mais um aniversário com spray na mão, rima na boca, muita dança e gente falando da alma 

Durante todo o dia , o Passo da Pátria pulsou arte, teve workshops de grafite, mutirão de pintura nos muros, batalhas de b-boys e b-girls, competições de rima e pocket shows dos grupos IPCS, Natese, Pretta Soul e Sadraque. Tudo isso feito de forma colaborativa, livre, potente marcando a jornada deste projeto que existe desde 2017

Mas o que mais brilhou neste dia foram as crianças. Elas chegavam curiosas, pegavam os pinceis com sede de cor, pintavam com entusiasmo e me chamavam de tia, de professora, como se aquele momento fosse uma aula que não se ensina em sala. E talvez fosse mesmo.

Competição de breaking feminina (Sabrina Cruz)

O impacto do Viramundo é real, é urgente e é visível. O coletivo não só colore muros, mas transborda vida. Planta sorrisos, colhe pertencimento. Existem crianças no Passo da Pátria que no xadrez destruiriam qualquer leitor desta matéria sem piedade também no grafite, no breaking e na rima. E fariam isso com brilho nos olhos e seus sorrisos de canto da boca.

Ver um ponto de união autônomo resistindo, ano após ano, em um ambiente projetado sistematicamente para que iniciativas assim não floresçam , é algo que aquece até o coração mais calejado. O trabalho contínuo do Viramundo já deu frutos, e cada novo evento é a prova viva de que a arte salva, une e transforma.

Vida longa ao coletivo. E que venham mais muros, mais versos, mais passos de dança — e mais mundos virados.

Mutirão de grafite no passo da pátria
Mutirão de grafite no passo da pátria (Foto: Sabrina Cruz)