Identidade Visual do Museu Quilombola Gídeo Véio /Foto: Acervo do MQGV.

Por Marcos Fé

Dia 20 de novembro comemora-se o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, sendo, pela primeira vez, feriado nacional, através da Lei 14.759/23. Essa data foi escolhida para homenagear Zumbi, o líder do Quilombo de Palmares, um dos maiores representantes da luta da população preta no Brasil, que morreu na mesma data em 1695. No Rio Grande do Norte, o Museu Gídeo Véio surge como um memorial de resistência do povo preto no país e reúne fotografias e relatos dos habitantes da comunidade Gameleira.

Para a quilombola Maria Lúcia Santos do Nascimento Angelino, o Dia da Consciência Negra é uma data significativa de resgate da memória das lutas do povo preto no Brasil. Por isso, em 2016, ela decidiu fundar o Museu Quilombola Gídeo Véio, em homenagem ao seu bisavó que foi escravizado na época colonial. Localizado na comunidade quilombola Gameleira, município de São Tomé na região Potengi do RN, o museu é uma Instituição de Museologia Social pioneira no estado. A entidade tem o objetivo de preservar o legado, a memória, a cultura, a culinária, o som e as cores de toda a comunidade quilombola da Serra da Gameleira.

Museu Quilombola Gídeo Véio, Comunidade Gameleira, São Tomé/RN / Foto: Acervo do MQGV.

Sobre o Dia da Consciência Negra, Maria Lúcia finaliza: “Para mim é motivo de muito orgulho levantar essa bandeira de luta junto aos meus irmãos quilombolas do Brasil inteiro. Avante rumo as conquistas através das políticas públicas já existentes e das demais que ainda iremos conquistar de forma coletiva. Salve Zumbi! Salve Gídeo Véio! Salve os Quilombos Brasileiros!”.

Durante esses oito anos de existência, o Museu Quilombola recebeu cerca de duas mil pessoas, atuando com o turismo de base comunitária, principalmente com as escolas locais, municipais, estaduais e particulares. A iniciativa executa atividades educativas e culturais como oficinas de artesanato, exposições, rodas de leituras e plantio de árvores nativas.

Maria Lúcia Santis do Nascimento, 64 anos, Pedagoga, Assistente Social e Fundadora do Museu Quilombola Gídeo Véio / Foto: Acervo do MQGV