A Rabicó é um coletivo de audiovisual formado por estudantes. Da esquerda para direita: Jair, Laura, Maria Clara, Ionathan, Ana Clara e Breno Vieira /Foto: Larissa Barbosa

Por Tiago Eneas e Larissa Silva/Fotojornalismo

O cinema brasileiro abriga diversos profissionais que materializam sonhos e ideais em seus produtos. Neste vasto território cinematográfico, onde qualidade nem sempre implica em reconhecimento, o objetivo de oferecer ao mundo produções de relevância cultural e estética é muitas vezes concretizado em virtude do surgimento e da articulação de iniciativas independentes. Este é o caso da Rabicó, um coletivo de audiovisual norte- riograndense realizado por estudantes do Departamento de Comunicação Social (Decom) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

A Rabicó nasceu em março de 2022, por consequência de um trabalho acadêmico que exigia o desenvolvimento de uma produtora e a confecção de um curta-metragem. A proposta, inicialmente voltada à disciplina de TV I, ultrapassou os limites da sala de aula e perdura até hoje. Atualmente, são 12 membros efetivos: Ana Clara Ribeiro, Breno Vieira, Davi Souza,  Ionathan Cavalcanti, Jade Cunha, Jair Libânio, Jota Bezerra, Laura Abreu, Maria Clara Campos, Mariana Karis, Tiago Saza e Vítor Marrom da Silva. Todos são estudantes do curso de Comunicação Social – Audiovisual, da UFRN.  

A Rabicó já lançou, até o presente momento, três curtas. Na imagem, observa-se Tiago (repórter) entrevistando Jair, Ionathan e Maria Clara /Foto: Larissa Barbosa

O título do coletivo, por sua vez, é oriundo de uma situação um tanto quanto tragicômica. Nas proximidades do Decom, existe uma praça onde os alunos costumam se reunir durante o intervalo das aulas para desfrutarem de um momento mais descontraído. Em uma dessas ocasiões, quando alguns amigos se depararam com um soldadinho (membracis lunata) morto, uma das pessoas presentes teve a ideia de homenagear o inseto ao designá-lo como “Rabicó”. O nome, então, os agradou e o título da produtora foi dado a partir disso.

No que concerne à lógica para a organização e atribuição das funções dentro do coletivo, há uma dinâmica rotativa em que os integrantes desempenham uma função específica tendo como base suas respectivas afinidades e aptidões com uma determinada atividade. Desse modo, a Rabicó propicia um espaço no qual os envolvidos podem aprimorar habilidades técnicas já existentes, adquirir novos conhecimentos e descobrir novas áreas de atuação. “Produzir para a Rabicó me fez ver que eu conseguia fazer coisas que antes eu somente sonhava”, comenta Ionathan.

Pôsteres dos curta-metragens Angélica e Luciano (2023) e FurtaCor (2023) /Foto: Larissa Barbosa

Até o presente momento, a Rabicó lançou três curtas: Venha ver o pôr do sol (2022); FurtaCor (2023) e Angélica e Luciano (2023). Foi FurtaCor o primeiro deles a ser exibido em outro estado, quando foi transmitido, inicialmente, durante o Festival de Cinema Jaraguá do Sul (Santa Catarina). Para a elaboração de um filme, além dos participantes fixos já mencionados, a Rabicó conta também com a colaboração pontual de alunos de outros cursos para trabalharem em áreas específicas (como é o caso da atuação).

Maria Clara ressalta a pluralidade do cinema independente e a importância da expansão do cenário local. “É importante nós termos acesso a um cinema que mostra uma perspectiva diferente. Antes de entrar no curso, eu não fazia ideia que existiam tantas produtoras. É muito legal e especial fazer parte desse crescimento do audiovisual nordestino”, completa.

Membros da Rabicó reunidos /Foto: Tiago Eneas