Ocupação se concentra no pátio da reitoria (Foto: Vini Leão/Agência Fotec)
Estudantes estão acampados há quatro dias em processo de ocupação política do espaço universitário

Por Vini Leão

Desde o último dia 15, sexta-feira, estudantes dos setores do Movimento Estudantil, decidiram ocupar os espaços da reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em ato de protesto contra a reforma da previdência e dos cortes no orçamento das universidades e institutos federais brasileiros. Os ocupantes também são favor da greve geral de todos os servidores da UFRN, a ser convocada pela ADURN/SINTEST.

Mesmo em período de chuva, com temperaturas mais baixas em relação ao restante do ano, muitos jovens estão acampando em barracas espalhadas ao longo do pátio da reitoria. Redes de dormir também estão armadas no espaço. Os dias de resistência da reitoria são preenchidos por atividades de elaboração de cartazes e debates de ideias para a construção de bons diálogos com as autoridades. O movimento também é a favor do mantimento da filosofia e sociologia  na grade curricular das escolas e Universidades pública, indo contra a ideia do atual ministro da educação, Abraham Weintraub, de reduzir o investimento na área das ciências humanas.

Denominada “Ocupação Leilane Assunção”, o ato é também uma homenagem à primeira professora universitária trans do Brasil, Leilane Assunção, que era historiadora e ativista de várias causas sociais, dentre elas os Direitos Humanos e pautas relacionadas ao movimento LGBTs. Em 2011, Leilane recebeu o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, representando a professora Berenice Bento, por defender os direitos das pessoas travestis e transexuais. Em 2017, ela veio a falecer em decorrência de uma pneumonia, mas seu legado continua existindo e inspirando muitas pessoas a seguirem em frente.

Os movimentos sociais e estudantis têm atuado em resistência contra as “medidas injustas” dos órgãos de poder. Enquanto não houver adesão dos professores da UFRN a uma greve geral e desistência do Governo Federal em levar a Reforma da Previdência para frente, os estudantes prometem continuar com a ocupação.

(Foto: Vini Leão/Agência Fotec)