Foto: Allyne Paz

Por Allyne Paz

Ao circular pela 24ª  edição da Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura – Cientec, é possível encontrar música, manifestações populares e artesanato. Existem muitos artesãos expondo suas artes durante o evento. Entre eles está Lúcia Souto.

A cearense, que atualmente mora em Natal, tem 56 anos e há mais de 20 trabalha com o artesanato. “Comecei a fazer artesanato em uma igreja católica, a gente fazia educação artística e fazia terço a partir do artesanato. Desde então, eu não parei de produzir”, explica.

Mesmo o artesanato existindo há muito tempo atrás, no período neolítico, em que os homens poliam a pedra, fabricavam cerâmica e utensílios para o dia-a-dia, ser artesão só foi considerado profissão no Brasil há três anos.  

A Lei do Artesão (Lei n° 13.180) foi sancionada em 2015 pela ex-presidente Dilma Rousseff e regulamenta a profissão de artesão, além de estabelecer diretrizes para políticas públicas dirigidas à categoria. Entretanto, a profissão ainda sofre preconceito e luta para permanecer existindo.

Preconceito e resistência

Lúcia explica que tenta sempre empoderar os demais artesãos para que eles saibam quais são seus direitos. Mesmo com diversos preconceitos sobre sua profissão e até dentro da atividade, a artesã afirma que continua lutando e resistindo.

Foto: Letícia Araújo

“Eu gosto do que eu faço. Eu amo artesanato. E quando eu comecei a fazer o trabalho com arame, as pessoas falavam ‘isso é trabalho de homem’, porque as mulheres faziam crochê, fuxico e nem todas as mulheres trabalham com o arame de aço. Eu permaneço porque eu gosto e é a minha fonte de renda, e é uma resistência”, afirma.

 

Essa é a primeira vez da artesã na Cientec e ela espera retornar ao evento nas próximas edições, “aqui é onde temos a oportunidade de expor, valorizar e comercializar o nosso trabalho, muito obrigada a todos”, finaliza com um sorriso esperançoso.