Por Virgínia Fróes

Os natalenses da Plutão Já Foi Planeta voltam às suas raízes e se apresentam hoje, às 21h, durante o show encerramento da Cientec no anfiteatro da UFRN. Como vários artistas potiguares, eles tiveram a feira como um espaço de oportunidade para crescer como músicos, ganhar experiência e conquistar cada vez mais fãs. Finalistas do programa Superstar, da Rede Globo, integrantes do line-up do Lollapalooza 2018 e agora morando em São Paulo para produzir ainda mais, a banda formada por Natália Noronha (Voz, Violão, Teclado, Contrabaixo Elétrico); Gustavo Arruda (Voz, Guitarra, Contrabaixo Elétrico); Sapulha Campos (Voz, Guitarra, Ukulele, Escaleta), Vitória De Santi (Contrabaixo Elétrico, Teclado) e Renato Lelis (Bateria) bateu um papo com a Fotec:

Fotec: Vocês começaram a tocar para o público em espaços como a Cientec. Para vocês, qual a importância da Cientec para os novos artistas potiguares?

Gustavo: É um dos espaços mais democráticos de Natal, um espaço onde você tem sempre muito público e é essencial para a vida artística do Rio Grande do Norte. Posso dizer que aqui também é um celeiro de novos artistas.

Sapulha: Se você pegar a programação com as bandas, tem esse aspecto democrático, onde tem a Alfândega que é uma banda clássica do RN, dos anos 90. Ontem teve uma banda nova também que é Capitão Perseu e a gente que também já tocou aqui outras vezes. Então é bem equilibrado nesse sentido e é importante porque abrange todo mundo. É muito massa isso e é um palco marcante.

Vitória: E de fácil acesso também. É só chegar e isso incentiva mais ainda. Tá ouvindo o som de longe e vai mais para perto, dar uma sacada.

Fotec: Quais são os projetos de vocês, para agora e para o futuro?

Natália: A gente acabou de lançar um clipe e single novo, “Estrondo”, e estamos começando a trabalhar em mais coisas novas. Mudamos para São Paulo, há mais ou menos um ano e essa mudança foi uma das várias que tem acontecido na nossa vida. Mudar para São Paulo também entrou nesse processo porque mudou o jeito de fazer música, de absorver música. Tanto que “Estrondo” já veio com uma sonoridade diferente e eu acho que a tendência é essa, todas essas mudanças irem se infiltrando no jeito que a gente faz música e agora estamos num processo de auto descoberta. O que a gente gosta de tocar, sentindo cada vez mais o que a gente gosta de fazer.

Fotec: Vocês lançaram o “Mesa 16” que é o clipe com IlustraLu (ilustradora natalense) e é muito legal que vocês dão espaço a outros artistas potiguares. Por isso, queríamos saber sobre a importância de se unir a outros artistas potiguares e incentivar o trabalho deles.

Gustavo: Existe aquilo da pessoa esquecer das próprias origens, mas se a gente conseguiu uma exposição um pouco maior, a gente pode ajudar várias pessoas que também estão querendo alcançar um espaço maior. Tem muitas pessoas que acham que ao fazer isso, você vai perder o seu espaço e é o contrário: quando você vai crescendo e vai ajudando os outros também, você cresce mais. A gente vem com essa proposta principalmente porque existem muitos artistas incríveis em Natal. Nós fazemos muita coisa com a galera daqui.

Sapulha: Tem uma galera daqui que a gente gosta muito, que trabalha junto há muito tempo e também para acabar com essa falsa ideia de que aqui não tem coisa legal. Tem muita coisa legal! Tem que estar sempre um ajudando o outro.

Fotec: Falando nesse crescimento, o grupo participou do programa Superstar. Como foi essa experiência e como ela mudou a relação de vocês com a música, com os fãs?

Gustavo: Em 2015, a gente tentou a audição para o Superstar e não deu certo. Mas é engraçado como as coisas acontecem no tempo certo. Talvez a gente não tivesse maturidade na época para participar, só faziam dois anos que a gente estava tocando mas 2016 foi um divisor de águas para banda. Todo mundo largou seus empregos tradicionais e estamos vivendo só de música. Nós tocamos em lugares que a gente sempre tinha sonhado tocar e a exposição do Superstar abriu portas para outros festivais, tocamos no Lollapalooza esse ano e tudo isso foi fruto dessa experiência que a gente teve e que a gente tá aproveitando da melhor forma possível.

Fotec: Natália e Vitória, vocês fizeram parte eram da Fotec quando vocês estavam na UFRN. Como foi essa experiência, o que vocês aprenderam e levam até hoje?

Vitória: O primeiro ano que eu participei da Fotec, eu fui repórter de foto e texto e foi tipo “vá para estande tal e faça a sua matéria”. Já fiquei nervosa pensando, “pelo amor de deus, vou ter que falar com as pessoas” (risos). Mas tudo isso foi um aprendizado do caramba, perdi mais o medo de falar com as pessoas, comecei a perguntar mesmo, conhecer as histórias. No ano seguinte, eu fui repórter só de foto e acompanhei as apresentações. Foi só aprendizado, só coisa boa.

Natália: Fiz alguns anos de Fotec, acho que três. Foi massa porque era onde a gente botava para fora tudo que a gente aprendia na sala de aula. Então, aprendi na raça, na prática. Eu fiz fotodocumentarismo e era massa. Juntava foto com a coisa de ser repórter, de você documentar com uma foto só e aprendi demais. Muita coisa que aprendi na universidade, aprendi na Fotec.

Serviço:
Encerramento da 24ª Cientec
Show da banda Plutão Já Foi Planeta
Horário: 21h
Local: Anfiteatro da UFRN